Sociedade Brasileira de Cardiologia Ceará realiza evento gratuito no Iguatemi para promover a saúde vascular da mulher
No mês da mulher, a Sociedade Brasileira de Cardiologia Ceará faz um alerta sobre a saúde vascular da mulher. A entidade estará presente no Shopping Iguatemi, no dia 08 de março, das 12h às 19h, com ações voltadas á saúde vascular da mulher. Durante o evento, profissionais de saúde estarão orientando a população sobre os cuidados com o coração, além de disponibilizar o serviço de aferição de pressão e materiais informativos.
A saúde cardiovascular é um tema que afeta a todos, independente do gênero ou idade. O coração é o órgão vital que impulsiona o sangue para todo o corpo, garantindo o fornecimento de oxigênio e nutrientes essenciais. Embora muitas vezes associado predominantemente ao homem, o coração da mulher merece uma atenção especial.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia mostram que as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no Brasil entre homens e mulheres. No caso específico das mulheres, as doenças cardiovasculares matam mais do que todos os tipos de câncer somados, e já ultrapassaram as estatísticas de câncer de mama e de útero.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que as doenças cardiovasculares respondem por um terço das mortes no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano. Isso quer dizer que, em média, mais de 23 mil mulheres morrem por dia por causa desse tipo de complicação. Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, as cardiopatias chegam a representar 30% das causas de morte, a maior taxa da América Latina.
Segundo dados de uma pesquisa que comparou os dados de prontuários eletrônicos de pacientes com 18 anos ou mais disponíveis na plataforma TriNetX, rede de compartilhamento de dados do mundo real para estudos científicos observacionais, o risco de morte de 30 dias a um ano após um infarto é maior em mulheres do que em homens.
De acordo com o médico Galuber Gean Vasconcelos, cardiologista, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia do Ceará, a anatomia e fisiologia do coração feminino apresentam algumas diferenças em relação ao masculino. “As flutuações hormonais ao longo da vida da mulher, especialmente durante a menstruação, gravidez e menopausa, podem influenciar a saúde cardiovascular. Durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças significativas para acomodar o desenvolvimento do feto. Isso pode aumentar o risco de complicações cardiovasculares, incluindo hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia”, explica.
O especialista explica que uma das fases mais complexas para a mulher é a menopausa. “Fase natural na vida de uma mulher, está associada a uma diminuição dos níveis de estrogênio. Essa transição hormonal pode contribuir para o aumento do risco de doenças cardiovasculares”.
Não se pode esquecer que muitas mulheres desempenham papéis multifacetados, equilibrando carreiras, família e responsabilidades domésticas. O estresse crônico e a falta de tempo para autocuidado podem impactar negativamente a saúde cardiovascular. “As mulheres também podem sofrer ataques cardíacos, e os sintomas podem ser diferentes dos observados nos homens. Dor no peito, falta de ar, náuseas e fadiga são sinais a serem observados”, diz Galuber Gean.
Dieta
As questões alimentares e os cuidados relacionados a esses aspectos são fundamentais para a vida de todas as pessoas, mas com relação às mulheres e em razão dos hormônios, pode ter impacto muito mais severo. Desse modo, é fundamental que as mulheres iniciem a prática de atividade física o quanto antes, além de adotar hábitos alimentares mais saudáveis. “Uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras pode ajudar a manter um peso saudável e controlar os níveis de colesterol. A prática regular de exercícios aeróbicos, como caminhadas, corridas ou natação, é essencial para fortalecer o coração e manter um peso saudável. Além disso, estratégias de gestão do estresse, como meditação, ioga ou hobbies relaxantes, são fundamentais para manter a saúde cardiovascular e o equilíbrio emocional”, explica Galuber Gean.