Início » Síndrome dos Ovários Policísticos afeta cerca de 2 milhões de mulheres e nutricionista comenta sobre a importância da reeducação alimentar

Síndrome dos Ovários Policísticos afeta cerca de 2 milhões de mulheres e nutricionista comenta sobre a importância da reeducação alimentar

por Vicente Araújo

Dia 7 de Abril é comemorado o Dia Mundial da Saúde, que homenageia a fundação da Organização Mundial da Saúde. A data comemorativa tem como um de seus principais objetivos, conscientizar a população sobre a importância de um estilo de vida saudável. Quando o assunto é nutrição, a realidade é que a má alimentação faz parte da rotina de muitos brasileiros, principalmente nas grandes cidades. De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), promovida pelo Ministério da Saúde em 2023, 78,6% dos adultos residentes nas capitais do país não consumiam a quantidade mínima de frutas, verduras e legumes, recomendada pela Organização Mundial da Saúde.

Além da rotina saudável, a reeducação alimentar é de extrema importância para o tratamento de inúmeras doenças, entre elas a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), que atinge milhões de mulheres no Brasil. A doença é um distúrbio hormonal caracterizado pela formação de cistos nos ovários, aumento de testosterona e ausência de ovulação, causando sintomas como menstruação irregular, queda de cabelo, aparecimento de pelos no rosto ou dificuldade para engravidar. De acordo com a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), cerca de 2 milhões de mulheres são afetadas pela doença no país. A Síndrome é mais comum na idade reprodutiva, atingindo cerca de 6 a 10% nesse período.

“A doença não é apenas um problema ginecológico, mas uma síndrome metabólica, com impacto na fertilidade, metabolismo e bem-estar da mulher. Sobre os sintomas podemos citar o ganho de peso ou dificuldade para emagrecer, acne e pele oleosa, cansaço e fadiga constantes, alterações de humor, ansiedade e depressão. É importante enfatizar que o diagnóstico deve ser feito por um médico, com base em exames clínicos e laboratoriais”, acrescentou a nutricionista, Dra. Carol Feitosa.

Alimentação saudável como aliada para o tratamento da SOP

A alimentação tem um impacto direto no controle dos sintomas da SOP, principalmente na melhora da resistência à insulina, na regulação hormonal e na redução da inflamação.

“A alimentação saudável é um pilar essencial no tratamento, junto com a prática de exercícios e, quando necessário, acompanhamento médico. Essa reeducação alimentar estabiliza os níveis de glicose e insulina, reduzindo picos de açúcar no sangue, ajuda no controle do peso, facilitando a perda de gordura abdominal. Além disso diminui a inflamação no corpo, reduzindo sintomas como cansaço e retenção de líquidos. Equilibra os hormônios, melhorando ciclos menstruais e ovulação, melhora a saúde intestinal, essencial para metabolização de hormônios”, comentou a nutricionista.

Alimentos recomendados para as mulheres com a doença:

Fontes de proteína magra: frango, ovos, peixes, tofu, carne magra

Gorduras boas: azeite de oliva, castanhas, linhaça, chia

Carboidratos de baixo índice glicêmico: arroz integral, quinoa, batata-doce, feijão, lentilha
Vegetais e folhas verdes: brócolis, couve, espinafre, rúcula, repolho (desintoxicam o organismo)

Frutas com baixo índice glicêmico: frutas vermelhas, maracujá, abacaxi, pera, maçã
Alimentos ricos em zinco e magnésio: ajudam no equilíbrio hormonal (semente de abóbora, castanhas, cacau 70%)

Chás e temperos anti-inflamatórios: cúrcuma, gengibre, chá-verde, chá de camomila

A causa exata da SOP ainda não é completamente conhecida, mas existem fatores que podem aumentar o risco:

Predisposição genética – se há casos na família, o risco é maior.

Resistência à insulina – um dos principais gatilhos, causando aumento da produção de insulina e estimulando os ovários a produzir mais hormônios andrógenos.

Obesidade ou sobrepeso – pode agravar o quadro, dificultando a regulação hormonal.

Inflamação crônica – mulheres com SOP tendem a ter níveis elevados de inflamação no corpo, o que pode piorar os sintomas.

Sobre a Dra. Carol Feitosa

Formada em 2012 pela UNIFOR em Nutrição.
Atendimento especializado em saúde da mulher.
Experiência na atenção terciária em nutrição hospitalar.
Pós-graduação em nutrição clínica, metabolismo e prática nutricional.
Pós-graduação em Nutrição Funcional.
Mestrado em transplante de órgãos pela UECE.

You may also like

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você concorda com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Saiba mais