A maternidade é uma jornada transformadora, repleta de desafios e recompensas. No entanto, para muitas mulheres, o retorno ao mercado de trabalho após se tornarem mães é acompanhado por um obstáculo adicional: o preconceito das empresas em contratá-las.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade não está mais presente no mercado de trabalho, padrão que se repete até mesmo 47 meses depois. No levantamento, foi constatado que, dentre 247 mil mães, 50% foram demitidas após, aproximadamente, dois anos da licença maternidade.
Na visão da diretora do Grupo Atitude, Laís Soares, o preconceito é profundamente enraizado em estereótipos e suposições injustas sobre a capacidade e comprometimento das mulheres que são mães.
“É inegável que as mães enfrentam uma série de desafios ao equilibrar suas responsabilidades profissionais e familiares. Os desafios não diminuem sua competência ou dedicação nas atividades. Na verdade, as habilidades adquiridas na maternidade, como gerenciamento de tempo, multitarefa e resolução de problemas, são altamente valorizadas no local de trabalho”, ressalta. Segundo a empresária, 80% das mulheres que atuam no quadro administrativo do Grupo Atitude são mães.
Considerando o raio de atuação da empresa, o Ceará concentra o maior percentual de mulheres mães. O Departamento Pessoal e o Recursos Humanos são comandados exclusivamente por funcionárias.
Então, por que o preconceito ainda persiste em pleno século 21? “Muitas vezes, as empresas temem que as mães sejam menos disponíveis ou menos comprometidas com o trabalho devido às suas responsabilidades familiares. As suposições são infundadas e injustas. Em vez de se concentrarem nas limitações percebidas das mães, as empresas deveriam reconhecer e valorizar as suas habilidades e experiências únicas”, afirma.
De acordo com Lais, para reverter essa situação, as empresas precisam adotar uma abordagem mais inclusiva e flexível em suas práticas de contratação e gestão de pessoal. Isso inclui políticas de licença parental mais abrangentes, horários de trabalho flexíveis e opções de trabalho remoto.
“Ao reconhecer e valorizar as habilidades e experiências únicas das mães, as empresas podem fortalecer suas equipes, impulsionar a inovação e alcançar o sucesso sustentável”, esclarece a empresária.