O álcool é uma das drogas mais usadas socialmente no país. Pesquisa do Centro de Informações sobre Saúde do Álcool (CISA) divulgada no final do ano passado, mostrou o levantamento “Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2023”, e verificou que 45% dos brasileiros ingerem bebida alcoólica em festas, eventos sociais e até mesmo em casa. Ainda segundo o estudo, cerca de 20% consome uma vez por semana ou a cada 15 dias, 14% uma vez por semana ou menos, 7% de duas a quatro vezes por semana e apenas 3% bebe cinco vezes ou mais. 25% dos jovens (18-24 anos) e 23% dos adultos jovens (25-34 anos) ingerem a substância uma vez por semana ou a cada 15 dias.
Ocorre que o excesso de álcool pode causar grandes problemas cardiovasculares. Segundo a médica cardiologista e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Maria Tereza Sá Leitão, o álcool exerce maior prevalência de hipertensão arterial. “Aquelas pessoas que ingerem três ou mais doses ao dia, como 30 gramas de álcool por dia, que equivale a uma garrafa de cerveja, duas taças de vinho, uma dose de destilados, como uísque, vodka e aguardente, esse limite deve ser reduzido. Por outro lado, o álcool é capaz de ativar o sistema de fibrinólise, de quebra de coágulos, redução de agregação de plaquetas e melhora do perfil das gorduras em nosso organismo. Mas o seu consumo abusivo pode levar a patologias graves, podendo chegar à morte”, disse.
Ainda segundo a médica, o excesso pode levar ainda à hipertensão arterial, a cardiomiopatia alcoólica e a arritmia cardíaca, e até conhecida também síndrome do coração pós-feriado, ou do inglês Holiday Heart Syndrome. “A interação do álcool no organismo está diretamente relacionada ao sistema nervoso do indivíduo, o que causa alterações elétricas no coração, o aumento da frequência cardíaca, levando a ataque cardíaco, ataque cardíaco sinusal e até uma arritmia que produz coágulos no coração, como a fibrilação atrial. Além disso, sabemos que o excesso de álcool causa até 67% de casos de emergências desta última enfermidade, que é a fibrilação atrial”, ressaltou.
Padrão de consumo
Para o cardiologista, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e especialista em medicina do esporte, Diógenes Ribeiro, esse é um dos grandes problemas, ou seja, quando o indivíduo não se percebe fazendo uso do álcool de forma acentuada. Segundo ele, um dos caminhos para atenuar esses problemas causados pela bebida é a prática de atividade física.
Nesta segunda-feira (19/02) é o Dia do Esportista, e em razão da data, o médico lembra que a prática do exercício físico ativa diferentes mecanismos que são responsáveis pela proteção do coração e controle dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares. “Isso acontece porque a atividade física melhora de um modo geral o funcionamento do sistema cardiovascular, além de controlar esse fator de risco. O exercício fortalece o músculo cardíaco, tornando-o mais eficiente, envolvendo mais sangue para o corpo, melhorando a circulação. Além disso, contribui para a prevenção e controle, por exemplo, da hipertensão, do diabetes, do colesterol alterado e triglicerídeos. Além disso, promove a perda de peso e a melhora na composição corporal à medida que reduz a gordura e aumenta a massa magra”, destacou.
Benefícios da prática do exercício físico para o coração
– Combate o estresse pela liberação da endorfina;
– Reduz o peso e aumenta massa magra;
– Previne doenças cardiovasculares
– Ajuda na socialização;
– Favorece hábitos alimentares mais saudáveis
