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Especialista alerta sobre riscos do cigarro eletrônico, moda entre os jovens

por Vicente Araújo

Idealizados como alternativa no tratamento ao tabagismo, os chamados vaperspods e cigarros eletrônicos se mostram mais avassaladores do que o próprio cigarro convencional. Tanto que, aqui no Brasil, desde 2009, é proibido comercializar, importar e fazer propaganda de qualquer dispositivo eletrônico para fumar. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não existe comprovação científica da segurança para o uso desses dispositivos, que trazem nocivos efeitos colaterais.

Mesmo com a proibição, a venda ilegal e o consumo vêm aumentando no Brasil, principalmente entre os jovens. Os dados mais recentes do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) revelam que quase 2,9 milhões de brasileiros usam cigarros eletrônicos. Em 2008, eram 500 mil. Segundo a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), ao menos 20% das pessoas de 18 a 24 anos já experimentaram algum tipo de cigarro eletrônico. Dados do IBGE mostram que adolescentes de 13 a 17 anos estão consumindo mais cigarros eletrônicos: cerca de 18% dos alunos de escolas particulares já experimentaram vapers.

Efeitos graves
O cirurgião torácico Herbert Félix faz uma advertência sobre os riscos trazidos pelos dispositivos eletrônicos. “Em muitos casos, a gente vê, inclusive, um malefício bem mais rápido e intenso do que o cigarro convencional. O cigarro convencional demora décadas, o efeito é cumulativo. Já com o vaper, não. Há casos em que, após poucos usos, o paciente evolui com EVALI, uma sigla, em inglês, que significa doença pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico. Há casos tão graves que o paciente precisou de transplante pulmonar”, assevera o especialista.

O cirurgião destaca, também, que a própria Associação Médica Brasileira reconhece que fumar um tipo de cigarro eletrônico no formato de pen drive, por exemplo, equivale a fumar 20 cigarros convencionais. O perigo da nicotina e outras substâncias tóxicas são disfarçados devido aos aditivos para produzir sabores e aromas, e os estragos no organismo muitas vezes só são conhecidos quando o fumante vai parar no hospital.

Para falar mais sobre o assunto, o cirurgião torácico Herbert Félix está à disposição para mais informações e entrevistas.

*Herbert Félix é médico, especialista em cirurgia torácica oncológica e transplante pulmonar pela USP (Universidade de São Paulo), com atuação em hospitais de referência, como Incor (Instituto do Coração, da FMUSP) e Albert Einstein. Natural de Fortaleza-CE, cursou Medicina na UFC (Universidade Federal do Ceará) e fez mestrado em transplante de pulmão na Uece (Universidade Estadual do Ceará). O médico trabalha no IJF (Instituto Dr. José Frota) como cirurgião torácico e, também, no HGF (Hospital Geral de Fortaleza). Área de atuação: oncologia torácica, tumores de pulmão e mediastino; tratamento de hiperidrose e deformidades torácicas, como o peito de pombo, o pectus carinatum (conhecido como tórax em funil ou “peito de sapateiro”) e o pectus escavatum (peito escavado); doença da traqueia.

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