Nesta terça-feira, 3 de setembro, o Cinema do Dragão completa 11 anos desde que passou a ser um cinema público e teve suas salas reinauguradas, após ampla reforma estrutural e reformulação curatorial realizadas em 2013. Não faltam motivos para celebrar essa bonita trajetória. Com público cativo, somente este ano, o Cinema do Dragão já recebeu mais de 34.000 espectadores, rendendo uma média mensal de 4000 usuários, e realizou mais de 80 estreias, quase a metade delas de filmes nacionais, reforçando o compromisso com a difusão do audiovisual brasileiro e, em particular, cearense. Para comemorar mais um ano exitoso, o Cinema do Dragão realiza nova edição da mostra “Rememorações”, uma ampla agenda gratuita com sessões especiais aos domingos.
Também é comemorado neste mês o centenário do Cinema Cearense. Celebrar essa data é resgatar o histórico da potente produção audiovisual do Ceará, cada vez mais reconhecida no Brasil e no exterior, reforçando sua relevância e permanência e valorizando seus profissionais. Nesse contexto, a programação do “Rememorações – 11 anos do Cinema do Dragão” dedica-se à reflexão sobre traços da história do Cinema Cearense e homenageia Ambrosina Teodorico da Costa. Nascida em 1886, no dia 13 de maio, data emblemática que também marca o Dia da Abolição da Escravatura, Negra Ambrosina, como era conhecida, foi uma pianista cearense responsável pela trilha ao vivo de filmes silenciosos em salas de cinema de Fortaleza, no começo do século XX.
Segundo o programador e curador do Cinema do Dragão, Fabio Rodrigues, o projeto Rememorações consiste num modo ativo de pensar e lidar com as memórias do espaço, ora refazendo projetos especiais que já ocorreram, ora trazendo uma programação especial que reenergize, propondo novidades que estejam sintonizadas com a historicidade próprias das suas salas. “Para os 11 anos, me pareceu importante articular com outras datas e questões importantes do ano: o centenário do cinema cearense, os 140 anos da Abolição no Ceará e os 118 anos do Poço da Draga, comunidade circunvizinha ao Dragão. Creio que esta também é a contribuição do Centro Dragão do Mar: pensar, honrar e criar junto ao legado de personalidades negras do estado”, afirma o gestor.