O embate entre o senador Cid Gomes e o deputado federal André Figueiredo pelo comando do PDT Ceará parece longe de acabar. Nessa segunda-feira (2), o tensionamento entre os dois parlamentares e seus aliados atingiu um nível inédito depois que Figueiredo, que também é presidente nacional do PDT, destituiu o senador do comando da sigla no Ceará e reassumiu a presidência do diretório estadual, acumulando os dois cargos de comando no partido.
A decisão ocorreu após um acordo, firmado há menos de três meses, em que Figueiredo aceitou se licenciar da presidência do PDT Ceará até dezembro e Cid se comprometeu a apoiá-lo na reeleição para o cargo.
Sob comando de Cid, no entanto, o partido mudou de rumo no Ceará, autorizando, por exemplo, a saída de Evandro Leitão, presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o que pode gerar um adversário nas urnas para o prefeito pedetista José Sarto, que tem planos de disputar a reeleição.
Na última sexta-feira (29), Cid e André tiveram novo embate durante reunião do diretório do partido por conta das eleições do ano passado. O presidente nacional do partido abandonou a reunião acusando Cid de atuar de forma “ditatorial”. Nesta segunda-feira, o deputado federal anunciou a destituição do presidente do PDT Ceará e reassumiu a função.
Surpreso com a decisão, Cid reuniu aliados à tarde e anunciou que irá reunir assinaturas do diretório estadual do PDT para votar uma nova executiva do partido. A ideia é que o encontro ocorra no próximo dia 16 de outubro.
Em meio aos embates e indefinições dos pedetistas, o Diário do Nordeste ouviu cientistas políticos e lideranças partidárias para mostrar os principais pontos para ficar atento nos desdobramentos da crise.
Apoio à pré-candidatura de Sarto
Um dos impactos mais imediatos da crise interna no PDT está no apoio à gestão e a candidatura à reeleição do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT). Desde o início da crise, no ano passado, o mandatário já se tornou alvo de correligionários na Câmara de Fortaleza, viu Cid Gomes tecer críticas sobre sua gestão e perdeu apoio de partidos que compunham sua base.
Fonte: Diário do Nordeste