Entre os dias 1º e 24 de março, espaços diversos do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura recebem parte da programação da 11ª edição da Mostra Porto Iracema das Artes, que traz apresentações gratuitas em Dança, Música, Teatro, Artes Visuais e Cinema. As apresentações são fruto de projetos desenvolvidos por artistas/alunos dos Laboratórios de Criação da Escola. O acesso é gratuito, limitado à capacidade de cada espaço, sendo necessária a retirada de ingresso para as apresentações no Teatro Dragão do Mar, disponibilizadas uma hora antes, na bilheteria do local.
Dança
Três projetos de dança são apresentados no Teatro Dragão do Mar, sempre com acesso gratuito, mediante a retirada de ingresso uma hora antes, na Bilheteria.
No dia 1º (sexta-feira), às 19h, acontece a apresentação de “Dançarinar”. Desenvolvido pelo artista Joubert Arrais, com a colaboração do/as artistas Mestre Valdir, Dane de Jade e Flávia Gaudêncio, e sob a tutoria de Helder Vasconcelos, o projeto tem pesquisado o dançar solo como brincadeira-treino e improvisação-combate, experimentando interfaces e atualizações do corpo brincante cearense com a relação humano-animal presente nas figuras/entremeios dos reisados de Juazeiro do Norte e nas performances cabaçais solo dos Irmãos Aniceto.
Em seguida, às 20h, Thiago Soares, Luana Silva e Manoel Saldanha apresentam “Corpo Sabedor”. Desenvolvido pelo artista Thiago Soares Patrício, com a colaboração dos/as artistas Luana Sousa, Manoel Saldanha, e tutoria de Alicio Amaral, o projeto acessível em Libras semeia o corpo como um mestre sabedor que faz de si território de diálogos e encantarias cênicas, onde se propõe a investigar uma corporeidade nascida a partir do trajeto fronteiriço entre os folguedos populares cearenses do Reisado de Papangus, a Dança do Coco de Lagoa, as Narrativas Míticas que permeiam essas manifestações e a trajetória do artista-intérprete-criador contemporâneo e interiorano.
Na sexta-feira seguinte (8), data que é celebrado o Dia da Mulher, é a vez do “Projeto Performances de Pole Dance: mulher negra e empoderamento”, com Tayane Tavares, Thamira Reis, Mara Nívea e Loriz Severino. A performance traz o pole dance como crítica aos códigos patriarcais de moralidade e estética. Assim, mulheres que tomam partido e se posicionam para além do estigma social que o pole representa, reconhecendo corpos negros como ponto de partida e elemento performativo de investigação de movimento e composição dramatúrgica, dialogando sobre o lugar da arte na construção de empoderamento e afirmações de territórios de existência e resistência.
No dia 15 (sexta-feira), o espetáculo “Matéria Suspensa” finaliza a programação de dança da 11º MOPI no Dragão, com participação de Georgia Vitrilis, Sarah Nastroyanni, Breno de Lacerda, Felipe Damasceno, Honório Félix e William Pereira Monte. A performance traz ganchos e microfones de contato habilmente instalados na superfície da pele, tornando-se suportes para a manifestação de números: uma sequência binária que tensiona os limites convencionais da técnica e da poética. A manifestação de um impasse como o cenário propício para a exposição de um problema coletivo.
Artes Visuais
No dia 6 (quarta-feira), às 16h, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará, Isadora Ravena apresenta a ação “Prolifera Protocolo Peste”, com a presença de Jota Mombaça. O projeto desvela uma travestilidade indissociável das ecologias do sertão, tais como a procissão, a migração, a terra, a rachadura, os bichos, os chifres, os galhos, o sol e a lua.
No sábado (9), a partir das 9h, em frente ao Cinema do Dragão, Alexia Ferreira, Anderson Morais e Moisés Tremembé apresentam “Mobiliário Nômade”, que reúne obras dos três artistas em uma única exposição. Assim, estão presentes na Mostra “Fazendo arte como não podia fazer quando criança”, de Aléxia Ferreira, propondo um resgate criativo a partir de fases da infância, com a tutoria da multiartista Skarlati Kemblin; o projeto “Cartografias cotidianas de amor e afeto”, de Anderson Morais, com referências da pesquisa desenvolvida pelo artista, além da experimentação de materiais e o compartilhamento das vivências durante os 7 meses de laboratório ao lado da tutora Uyra Sodoma e “Toá, eternizando memórias” desenvolvido pelo artista Moisés Tremembé, sob tutoria de Ziel Karapotó, propondo a reativação e disseminação de uma antiga cultura artística do povo Tremembé.
Cinema
No dia 9 (sábado), a partir das 9h, o Cinema do Dragão sediará o pitching de roteiros do Laboratório de Cinema, com a apresentação dos roteiros cinematográficos desenvolvidos pelos alunos da Porto Iracema, proporcionando uma visão do futuro do cinema por meio das mentes criativas dos integrantes do Lab Cena 15.
Música
O Teatro Dragão do Mar também receberá dois espetáculos musicais. No dia 15 (sexta-feira), às 19h, a banda Procurando Kalu apresenta o show “Dançaremos Furta-Cor com Outros Mundos”, com participação de Gegê Teófilo, Rami Freitas e Felipe Castro e a presença da tutora Karina Buhr. O projeto investiga a linguagem musical friccionada a performance, evocando, numa ótica psicodélica e delirante, canções e performances que emulam Corpos, Memórias e Transmutações de um Sertão-Futuro-Ancestral. Em um contexto híbrido, o processo investiga a utilização de aparatos tecnológicos e de dramaturgias performativas, a fim de estabelecer uma obra inédita entre música, performance e moda.
Já no dia 22 (sexta-feira), às 19h, Jéssica Cisne, Gegê Teófilo e Thamires Coimbra apresentam “Um corpo cheio de som: canções que navegam nas águas do tempo”. Na ocasião, o grupo traz composições de Gegê, com letras que atravessam a consciência como mulher, brasileira e nordestina. A apresentação contará com a participação de Letícia Muniz e a presença da tutora Juliana Linhares.
Teatro
No dia 22 de março (sexta-feira), às 20h, no Teatro Dragão do Mar, acontece a abertura do processo de “Medalha de Ouro”. Desenvolvida pelas artistas Sol Moufer, Larissa Goes e Sara Síntique, a produção pesquisa os arquivos de atrizes cearenses, tendo como poética de criação o teatro documentário. A proposta é inspirada nas experiências cotidianas que atravessam a vida de uma atriz: testes, fracassos, cenas, sonhos e sucessos. São histórias de mulheres vivas, de gerações, pensamentos e classes sociais diversas, que têm em comum a necessidade de “se manterem vivas” enquanto atrizes.
Já no dia 24 (domingo), às 20h, no Teatro Dragão do Mar, Daniele Avila Small apresenta a palestra-performance “O Museu Sem Fim de 1976 – sala 1: uma erótica da crítica”. O espetáculo gira em torno de uma visita guiada a um museu imaginário. Neste museu, encontram-se obras de arte e reflexão crítica criadas por mulheres em 1976, ano de nascimento da artista. Ao falar dessas obras, compartilhando imagens e ideias, ela reflete sobre as mentalidades e os afetos que estavam em pauta em meados dos anos 1970 para mulheres em diferentes contextos.
Encerrando as apresentações teatrais, no dia 27 (quarta-feira), às 19h, na Praça Verde, Luna(R) Produções Artísticas e NIPA, com Andreia Paris, Gabriel Ângelo, Mestra Lúcia Guerreira e Mestre Tico Barbosa, apresentam “Entremeios Poéticos”. O projeto é uma imersão no território criativo e poético do Reisado São Francisco e das Guerreiras Santa Lúcia a partir das memórias, vivências e processos de transmissão de saberes dos artistas. Conta com a tutoria de Amok Teatro (RJ): Ana Teixeira e Stephane Brodt.