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Eleições para a prefeitura de Fortaleza, a tendência é de oposição a Evandro Leitão

por Vicente Araújo

O Doutor em Sociologia, e especialista em análise política, o professor universitário Clesio Arruda, em entrevista concedida ao jornalista Eleazar Barbosa, afirmou que caso aconteça o 2º turno nas eleições para a prefeitura de Fortaleza em 2024, e o pré – candidato Evandro Leitão (PT) angarie uma das vagas, a tendência conforme Clesio, é sob qualquer perspectiva partidária do outro lado da disputa, que não haja alinhamento a proposição do Partido dos Trabalhadores (PT).

“Então seria muito mais aí uma polarização que a gente vai ter, é possível que tenha o candidato, que está abrigado com apoio do governo estadual e do Governo Federal, que é o Evandro Leitão, dentro da legenda do PT, em oposição aos demais que vão ficar jogando pedra na vidraça do PT. É provavelmente o cenário que a gente vai ter na disputa eleitoral, quando ela de fato, se iniciar oficialmente”, reforçou o especialista.

Avaliando as pesquisas nas intenções de voto realizadas recentemente, na última sexta – feira (13), pelo Instituto Paraná, onde indicam a liderança de Capitão Wagner com 33,1%, seguido por José Sarto, obtendo 18,1%, André Fernandes, atingindo 15,9%, e Evandro Leitão com 8,9%, Clesio Arruda examina que não é habitual o candidato do chefe do Executivo municipal não está aparecendo na primeira colocação.

“O que a gente tem aí que sai um pouco da normalidade, é normalmente quem está à frente do Executivo, numa disputa por uma reeleição, tende a aparecer em primeiro lugar, e aí pode ir se desgastando na campanha, à medida que os outros candidatos vão fazendo as suas críticas, apontando defeitos e dificuldades na gestão, e aí pode ter uma queda, isso é esperado, né. Mas o que a gente tem aí com algo que solta os olhos é o Sarto vir abaixo do Capitão Wagner”, analisa o sociólogo.

Segundo o especialista, ele destaca que esses dados apresentam um retrato momentâneo, no aspecto de que ocorre ainda um distanciamento cognitivo dos eleitores em relação aos candidatos. “E que conhecem aqueles, ou por estar à frente do Executivo, ou por sempre ter colocado o seu nome para apreciação dos eleitores. Então a tendência é que o cenário vai se alterar, ele não permanece já nos próximos meses, daqui um, dois meses a gente vai ter uma alteração”, pontua.

O analista ressalta que por Evandro Leitão está encabeçando a legenda do PT na capital, e adquirido os votos da sigla, posteriormente com a campanha em andamento haverá um engajamento natural para o candidato do partido. “É preciso considerar no Evandro o seguinte, ele vai estar abrigado na legenda do PT, então ao estar abrigado na legenda do PT, ele tem a garantia do voto de legenda. O Partido dos Trabalhadores ele consegue pelo menos em Fortaleza, algo em torno de 25% do eleitorado. Então, quando esta campanha estiver já no campo, e a gente tiver colando nome do Evandro ao PT, que é um noviço dentro do PT, tudo isso chegar a massificação dos eleitores então o que a gente pode ter aí é um salto”, frisa Clésio.

No que consiste a influência dos cabos eleitorais nacionais, representado por Lula e Bolsonaro, ele menciona que mesmo o ex – presidente estando inelegível, se pode auferir o legado do bolsonarismo no resultado eleitoral dos municípios. “E até onde for possível acredito que o PL vai utilizar a figura do Bolsonaro, como cabo eleitoral, subir palanque, fazer menções a candidatos, sair em campanha, mesmo inelegível ele vai tentar exercer esse papel para ganhar as eleições municipais, fazer bancadas de vereadores, e se fortalecer politicamente”, complementou.

No entanto, o professor averigua que caso o Governo Federal consiga no segundo semestre deste ano um resultado econômico satisfatório no que consiste a geração de emprego, com salários subindo acima da média da inflação, no próprio controle do aumento dos preços das mercadorias, Clésio acredita que Lula se constitui num cabo eleitoral. “De outras vezes, ele conseguiu fazer candidatos no estado do Ceará, e na prefeitura de Fortaleza, e aí vamos ver a força que poderá ter ainda o Bolsonaro, sem estar no exercício de um mandato ou mesmo sem perspectiva de mandato,  e se teria de fato capacidade de influir entre os eleitores”, salienta.

Doutor em Sociologia, Clesio Arruda

Neste contexto, o magistrado e ex – juiz eleitoral, Herval Sampaio, acentua que atualmente o efeito da polarização, sob a tutela de Lula e Bolsonaro, se configura como fator instalado na agenda política das cidades brasileiras, com mais intensidade na capital do que no interior. Ele enfatiza que o eleitorado se afeiçoa mais por temáticas sensíveis e ao mesmo tempo polêmicas para se engajar na esteira de algum candidato, “mesmo que não compreenda a essência da distinção entre Direita e Esquerda, que eu acho que isso é um aspecto muito importante, a eleição municipal principalmente em Fortaleza penso eu, inclusive que tem uma tendência muito grande”, realça.

Para Herval, ele considera que por um lado a polarização estimula o debate político com a população, entretanto adverte no que tange a questão das Fake News, e que segundo o juiz, pela capital o acesso à informação ser mais factível, o combate ao problema é eficaz. ‘No interior muitas vezes por mais que também haja o acesso de parte da população a internet, ela é menor, a gente sabe que os meios tradicionais de comunicação social eles são mais intensos, como por exemplo a rádio no interior, a rádio ela consegue no meu sentir, se amoldar muito bem a tudo isso, porque ela se utiliza da rede social. Se utiliza da internet, então tudo isso evidentemente é levado em consideração”, evidencia.

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