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Música e reflexões são pontos altos da programação do IV Seminário Sesc Etnicidades

por Vicente Araújo

O IV Seminário Sesc Etnicidades está chegando pela primeira vez em Fortaleza, de 8 a 10 de novembro, oferecendo uma programação gratuita e recheada de presenças marcantes das identidades culturais indígena e negra no Brasil. As atrações musicais estarão entre os destaques dos três dias de evento, apresentando nomes como Lia de Itamaracá e Daúde. Também surgem como pontos altos da lista personalidades como Nego Bispo e Cacique Pequena.

O encontro busca sintetizar as trocas artísticas e culturais que estão no Identidades Brasilis, projeto do Sesc que tem lugar em diversos estados durante o ano com o propósito de valorizar e fortalecer as culturas indígena e negra por meio de programações culturais e educativas, centradas no efetivo protagonismo desses indivíduos na composição dos diálogos e das reflexões.

A participação dos interessados pode ser confirmada pelo site do Sesc Ceará (https://www.sesc-ce.com.br/sesc-etnicidades/). Enquanto os diálogos terão lugar no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e na Biblioteca Pública Estadual do Ceará (BECE), a Estação das Artes sediará o espetáculo de encerramento.

Confira, a seguir, alguns dos destaques da programação:

Quais Brasis?
Na quarta-feira, 8, na Conferência de Abertura do Seminário, a mestre cirandeira Lia de Itamaracá vai empreender uma gira com Cacique Pequena, considerada a primeira mulher chefe indígena do Brasil. Sob o título “Os imaginários brasileiros passam por nós: povoar e construir com pessoas indígenas e negras”, no Anfiteatro do Dragão do Mar, elas tentarão lançar luz sobre os Brasis que compõem a percepção coletiva do País.

Encontro de tradições sonoras
O show de encerramento colocará, lado a lado, Lia de Itamaracá, patrimônio vivo de Pernambuco, e Daúde, cantora de renome nacional, na sexta-feira, 10/11, a partir das 19h30. Ambas farão um encontro de gerações e tradições sonoras, no palco da Estação das Artes, para embalar o público amparadas em suas carreiras, profundamente ligadas à musicalidade negra e à diáspora africana.

Aula-debate
Na quinta-feira, 9, uma aula-debate protagonizada pelo poeta, articulista, ativista e escritor quilombola Nego Bispo vai buscar compreender como se dá a produção cultural dos povos originários e afrodiaspóricos. Entre outras intenções, a proposta é observar como essas narrativas podem fomentar, em sua diversidade, a transformação das relações raciais para uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

Além da conferência de abertura, debates, giras, torés de conversa e shows musicais, o seminário vai oferecer vivências e apresentações culturais diversas. Os ingressos para todos os shows na Estação das Artes vão ser disponibilizados pela plataforma Sympla de forma gratuita, a partir da terça-feira, 7.

Mais sobre o Seminário
O IV Seminário Sesc Etnicidades é uma realização Sesc – braço social do Sistema Comércio – e conta com a parceria do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e da Biblioteca Pública Estadual do Ceará (BECE), geridos pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), e do Complexo Cultural Estação das Artes, gerido pelo Instituto Mirante de Arte e Cultura, equipamentos da Rede Pública de Equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará.

O evento faz parte das ações do projeto do Sesc Identidades Brasilis, que acontece nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Ceará.

Veja a programação completa AQUI.

MINIBIOS

Nego Bispo – Batizado Antonio Bispo dos Santos, Nego Bispo é quilombola, lavrador, formado por mestres e mestras de ofícios, estudou até a 8ª série do Ensino Fundamental, morador do Quilombo Saco Curtume, em São João do Piauí – PI. É membro da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) e integrante da rede de mestres e docentes da Universidade de Brasília. Autor de inúmeros artigos e poemas e dos livros: Quilombos, Modos e Significados (2007), Colonização, Quilombos Modos e Significações (2015) e A terra dá, a terra quer (2023).

Cacique Pequena – Maria de Lourdes da Conceição Alves, conhecida como Cacique Pequena, tem 69 anos e dedicou sua vida ao movimento de resistência dos povos indígenas cearenses, foi a primeira Cacique Mulher do Brasil. Seu nome indígena é Tigresa, mas é comumente conhecida como Pequena. Ela rompeu costumes e, ainda hoje presente nos índios cearenses, tornou-se a primeira mulher na função de cacique. É presença constante nas palestras, rodas de conversas e vivências, compartilhando, assim, todo o conhecimento da cultura indígena que carrega.

Daúde – Maria Waldelurdes Costa de Santana Dutilleux, artisticamente conhecida como Daúde, é uma cantora nascida em Salvador (1961) e que tem, através da nossa herança afro-musical, apresentado estéticas inovadoras conectando tradição e modernidade. Negra e mestiça. Do samba ao funk, do jongo ao jungle, do maracatu baião e carnaval, a musicalidade da artista é diferenciada, e legitima nossa origem africana. A música de Daúde também se apresenta como tradição, modernidade, espontaneidade e sofisticação, somando a herança musical afro-brasileira com uma coerente coleção de referências do mundo pop.

Lia de Itamaracá – Maria Madalena Correia do Nascimento, conhecida como Lia de Itamaracá, é dançarina, compositora e cantora de ciranda brasileira. Considerada a mais célebre cirandeira do Brasil, foi titulada como Patrimônio Vivo do estado de Pernambuco e recebeu a medalha do Mérito Cultural do Governo Federal. Nascida em Itamaracá, uma ilha de Pernambuco, em 1944, Lia está entre as referências nacionais da música tradicional e popular.

SERVIÇO  

IV Seminário Sesc Etnicidades

Evento gratuito

Data: De 8 a 10 de novembro

Locais: Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, BECE e Estação das Artes – Fortaleza (CE)
Inscrições: Até 8 de novembro pelo site https://www.sesc-ce.com.br/sesc-etnicidades/

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